
Por Rubens Marques de Souza(Professor Dudu) Aconteceu no dia 12 do corrente mês, o encontro entre os professores da rede municipal de Estância e três dos quatro candidatos e seus vices que concorrem a prefeitura, Carlos Magno (DEM) e Filadelfo Alexandre (PMDB), Marcio Souza (PSOL) e Professor Adauto (PSOL),Joaldo Santos (PT) e Edineuza da Farmácia (PHS), o candidato Gilson Andrade (PTC)nem a vice Hélia Pinto compareceram, porém justificou – no dia anterior – que ainda não estava recuperado do trauma que sofreu com a morte de seu filho.
A ausência de Gilson Andrade já era esperada, mas havia uma expectativa de que a vice Helia Pinto comparecesse já que ela é professora e ex-secretária de educação,e o tema debatido foi exclusivamente educação.
A coordenadora do SINTESE, Ivonia Aparecida Ferreira – que dirigiu os trabalhos da mesa – avaliou o encontro como muito produtivo e destacou a importância dos quatro candidatos terem assinado a Carta Compromisso elaborada pela entidade, onde estão contidas as principais reivindicações da categoria, a exemplo das revisões do Plano de Carreira e Estatuto, retorno da Regência de Classe, correção dos interníveis, implementação da gestão democrática etc.
Um ponto que chamou a atenção foi a disposição dos três candidatos em dialogar com o sindicato e a compreensão de que as greves devem ser encaradas com naturalidade, sem repressão como acontece na atual administração.
O candidato Carlos Magno – primeiro a falar de acordo com o sorteio -foi duro ao criticar o prefeito Ivan Leite pelo fechamento de escolas principalmente na zona rural, sem qualquer diálogo com os pais e alunos, segundo ele a escola funciona como o coração da comunidade e é nela que acontecem as festas, casamentos, reuniões das associações etc.Magno classificou a atitude absurda, e continuou condenando abandono dos prédios que foram fechados. C.M disse ainda que a gestão democrática é irreversível e que está em seu plano de governo, e finalizou destacando que um dos segredos para administrar bem é a transparência.
Joaldo Santos também foi contundente ao atacar Ivan Leite principalmente no que diz respeito a forma truculenta como ele tratou o movimento sindical nos dois mandatos. Ele ainda disse que se sentia a vontade para debater o tema educação, uma vez que foi dirigente do movimento estudantil. Joaldo também reprovou a gestão de Ivan Leite na Educação e finalizou cutucando CM ao dizer que tem gente se apresentando como novo, mas representa o velho.
O petista encerrou falando de sua origem humilde e do orgulho de ser candidato a prefeito de Estância.
Marcio Souza do PSOL que na avaliação da maioria dos presentes foi o que debateu com mais segurança,se comprometeu em aplicar 30% do orçamento para financiar a educação, e também criticou a administração de Ivan Leite.
Marcio ainda foi enfático ao afirmar que abrirá mão de indicar os diretores de escolas, que passarão a ser eleitos democraticamente e finalizou lembrando que é professor, e deixou claro que só enfrenta greve quem não sabe dialogar com os trabalhadores.
Os professores fizeram doze perguntas e a maioria delas versou sobre valorização profissional, revisão do Plano de Carreira e condições de trabalho, que foram lidas pelo mediador, professor e radialista Zeno Santos que fez cumprir o regimento do encontro ipsis litteris. Ele tem experiência de sobra em organizar este tipo de evento.
A coordenadora da mesa, professora Ivonia Aparecida concluiu os trabalhos dizendo que o sindicato não vai referendar nenhum candidato para a base por entender que este não é o papel da entidade, e finalizou ponderando que depois das propostas apresentadas os professores já têm como escolher a sua preferencia soberanamente.
PROFESSORES VOLTARAM A PROTESTAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DE IVAN LEITE
Assim que terminou o encontro dos professores com os candidatos a prefeito, o SINTESE promoveu uma passeata pelo centro da cidade e encerrou como de costume em frente a prefeitura.
Além de cobrar o reajuste do Piso Salarial os professores protestaram contra a atitude do Prefeito Ivan Leite que criminalizou o Grito do Povo no dia da Independência do Brasil, fazendo a democracia sangrar de morte.
A Deputada Ana Lúcia e a presidente do SINTESE, Ângela Melo se fizeram presentes e também repudiaram a forma truculenta como Ivan Leite administra a cidade, principalmente a Educação. Parte da alegoria que sairia no dia 7 de setembro foi usada na manifestação e dois bonecos gigantes chamaram a atenção da população: Dr. Tesourão, o cortador de salários e Borges Contramão.
Durante o percurso os professores puxaram a seguinte palavra de ordem:o prefeito Ivan Leite já vai (tarde).
DENUNCIEM NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Circula nos meios políticos que muitos candidatos estão burlando a legislação eleitoral ao não pagar o salário mínimo as pessoas contratadas para trabalhar nas campanhas, o caminho todos já sabem, é só cobrar a diferença na justiça do Trabalho e receber cada centavo.
SEM COMÍCIOS
Segundo informações o candidato Gilson Andrade não fará mais comícios nem irá a nenhum debate até o final da campanha, e optará por caminhadas e visitas as residências. Na sexta feira (21), ele participou de uma saindo do Bairro Santa Cruz até o Posto Pioneiro.
VAI FALTAR CADEIRAS NA CÂMARA DE VEREADORES
Pelo menos uns quinze candidatos já estão se sentindo eleitos, não sabendo eles que voto se conta de um em um, e não como mitos fazem as contas, de vinte em vinte, trinta em trinta etc. Sem contar que não se deve acreditar em toda declaração de voto, pois tem umas promessas mais falsas do que nota de trinta reais.
GUERRA DECLARADA
Vereador ataca candidata do mesmo bloco político acusando-a de ostentar campanha milionária, como o chefe político dos dois é o mesmo, o caso não ganhou repercussão mas a denuncia está gravada.
CAMPANHAS CONTINUAM MORNAS
O povo está calado e insatisfeito com os políticos - principalmente aqueles que prometeram o céu aos eleitores e levou-os ao purgatório - e este sentimento tem se refletido nas campanhas “mornas”, diferentemente de muitos municípios onde as disputas estão pegando fogo a exemplo de Santa Luzia do itanhi, Indiaroba e Arauá.
QUEM NÃO VOTA NÃO DEVE COBRAR
Veja só que contradição, muitos militantes de esquerda, intelectuais, estudantes, sindicalistas, setores da igreja católica etc. lutaram durante quase trinta anos para restituir o direito de votar soberanamente, e centenas deles foram perseguidos, torturados e mortos pela Ditadura Militar, até que conquistaram esse direito. Vale resgatar que após o Golpe Civil-Militar de 64, nós éramos impedidos de votar para Presidente da República, prefeito das capitais, parte do Senado era indicada, e só depois da redemocratização o sufrágio universal voltou. Agora que o direito ao voto foi reconquistado muitos eleitores se abstêm de exercer esse direito fundamental da cidadania brasileira. Pode? É não entender que o exercício do voto foi uma conquista que custou caro como vimos, e não uma dádiva de ninguém. Por isso vamos às urnas no dia 7 de outubro para termos o direito de cobrar dos políticos, pois quem não vota ou anula o voto perde o direito de questionar.
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