quinta-feira, 10 de maio de 2012

ANA LÚCIA DESTACA VINDA DA CARAVANA DO NORDESTE CONTRA O TRABALHO INFANTIL



A deputada estadual Ana Lúcia, PT, usou do pequeno expediente, na manhã desta terça-feira, 08/5, para
divulgar as ações da Caravana do Nordeste contra o Trabalho Infantil, que passará por Sergipe no período de 21 a 25 de maio próximo. A parlamentar, que coordena a Frente Parlamentar Estadual em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, lembrou que o mês de maio é lembrado como o mês do trabalhador, e nada mais oportuno que também em maio a sociedade discuta a grave questão do trabalho infanto-juvenil.

“É um mês onde a sociedade poderá fazer de forma muito mais aprofundada essa discussão, para que possamos priorizar, como é dito e proclamado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que estes têm que ser prioridades absolutas da sociedade”, refletiu.

Ana Lúcia destacou que a programação da Caravana vem sendo executada em todo o Brasil desde o mês de abril, estendendo-se pelo mês de maio, indo até o mês de junho, e que em Sergipe está ocorrendo vários debates sobre o tema, coordenados pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente.

A petista destacou, ainda, que no dia 22, às 11 horas, a Caravana será recebida pelo governador Marcelo Déda, onde será entregue a Carta Compromisso pela erradicação do trabalho infantil, com a participação de crianças, adolescentes, órgãos e entidades do Fórum Estadual e do Fórum Nacional.

Já às 14:30, a Frente Parlamentar está convocando uma audiência pública, na Assembleia Legislativa do Estado, com participação dos membros da Caravana, para discutir formas mais aprofundadas de combate ao trabalho infantil em Sergipe.

“A nossa sociedade ainda convive com esse grave problema. É um vício que vem da escravatura, no processo de colonização deste país, com a visão de encarar a criança como um adulto em miniatura, da cultura de querer que o adulto imponha os seus valores e forma de vida sem respeitar a evolução natural da criança, seu afeto, inteligência e cognição”, enfatizou.

Para Ana Lúcia, é preciso buscar o caminho para trabalhar a melhor forma de contribuir na formação da personalidade da criança, do seu caráter e desenvolvimento cognitivo. “Porque tudo isso é decidido justamente na infância; é onde mais temos a oportunidade de crescimento cognitivo. É por isso que precisamos priorizar a educação infantil, e ter políticas públicas não só de proteção, mas de promoção da criança e do adolescente”, disse. Em reunião pela manhã, os membros da Frente Parlamentar Estadual em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente conheceram e discutiram a programação da Caravana em Sergipe.

Alese
www.atribunacultural.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

DE QUAL QUALIDADE FALAMOS?


*Leila Angélica Oliveira Moraes de Andrade

Para começo de conversa quero deixar bem explícito que a minha intenção é fazê-lo refletir e não trazer uma ideia pronta e acabada a respeito do tema desenvolvido. Assim escreverei a respeito da educação de um ângulo bem pessoal e que caberá a você leitor construir ou destruir conceitos.

Escrever, falar ou discutir educação envolve, antes de qualquer outra coisa, concepção ideológica, ou seja, a partir de qual referencial teórico empregado a prática se concebe a visão do mundo em que se vive. Não vou citar em todo o texto qualquer teórico dessa ou daquela vertente, mas na medida em que o artigo for lido você será capaz de perceber minha compreensão de mundo.

Diferenciar ensino de educação é primordial para que sejamos capazes de nos indagar a respeito da qualidade que desejamos. É preciso entender que ao falarmos de ensino estamos nos referindo a organização, a sistematização de atividades e práticas didáticas para auxiliar a compreensão do educando em áreas específicas do conhecimento. Ou seja, o ensino de qualidade esta inserido na educação de qualidade, mas esta não se restringe aquele.

O ensino de qualidade envolve muito recurso financeiro (contemplado nos diversos programas nacionais e alvo do interesse de grupos empresariais) e por isso em muitas ocasiões é confundido com a própria educação de qualidade que na Lei de Diretrizes e Bases – LDB – Lei 9394/96 esta assegurada no Inciso IX do artigo 3º do Título II (Dos princípios e fins da Educação Nacional) com a garantia do padrão de qualidade.

Uma educação de qualidade envolve desde o ensino de qualidade até a formação crítica, reflexiva, ética e integrante do conteúdo à prática. Por isso não podemos nos limitar a pensar em uma qualidade apenas materialista do ensino, que é necessária, porém é uma engrenagem no processo da formação para a cidadania. Compreendendo o cidadão não sob a ótica burguesa do contribuinte pagador de impostos, mas cidadão na sua plena participação e efetiva igualdade jurídica .

Por assim dizer, definir uma educação com padrão de qualidade burguês não é o objetivo desse artigo e sim desmitificar tal predicado que se apresenta sob a forma de gerencialismo da educação com um perfil empresarial e cínico de com o recurso público dar lucro a institutos privados na condução de um cidadão inoperante e conformado sem domínio crítico de suas ações.

A atual conjuntura nos remete a pensar sobre que condição falamos ao defender um padrão de qualidade na educação. A qualidade burguesa excludente, empresarial e diferenciadora de classes ou uma qualidade pensada pela e para a classe trabalhadora, que envolve participação, mobilização, valores como fraternidade, solidariedade e respeito ao próximo? Refletir é preciso.

(*) Pofessora da rede pública