domingo, 17 de outubro de 2010

O que um governo Serra faria com o pré-sal?

Saul Leblon – Carta Maior

Se o Brasil hoje é visto como o filé mignon do mundo em termos de crescimento econômico, o filé mignon do Brasil é o pré-sal. Por seu valor específico como principal reserva de petróleo descoberta no planeta no crepúsculo da oferta mundial, mas, sobretudo, pelos efeitos multiplicadores no conjunto da indústria nacional, trata-se “da maior oportunidade que o país já teve em toda a sua história de promover um salto qualitativo nas condições de vida do seu povo”.

A avaliação é do economista Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em economia do desenvolvimento, com doutorado em Grenoble e pós-doutorado em Sussex, Oliveira tem posições serenas que vivem em harmonia com o tom pausado de sua fala. Sem nunca alterar a voz ele é taxativo, porém, num aspecto. O encadeamento virtuoso possibilitado pela riqueza do pré-sal requer um lacre de segurança que garanta a permanência desses recursos no metabolismo da economia brasileira.

O nome dessa blindagem, diz o professor da UFRJ, é Petrobras.

A firmeza calma de suas palavras não esconde um confronto agudo com a histórica oposição de certos interesses ao papel da empresa no país. Esse antagonismo foi reiterado mais uma vez nestas eleições pelo assessor do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn, ex-dirigente da Agencia Nacional de Petróleo no governo FHC. Em recente entrevista ao Valor [06-10], Zylberstajn admitiu que aconselharia Serra, caso eleito, a reverter o modelo do pré-sal aprovado pelo Congresso, que dá o comando do processo de exploração das reservas à Petrobras e a prerrogativa de comercialização do óleo à nova estatal criada para esse fim, a Pré-Sal Petróleo SA.

Coerente com o que fez em 1999 como diretor-geral da ANP, quando se propôs a encolher a Petrobras, que de fato perdeu o monopólio na exploração e teve seu braço petroquímico amputado, Zylberstajn sintetiza assim a filosofia da estratégia sedimentada junto ao presidenciável José Serra: livrar o mercado brasileiro de qualquer interferência estatal na compra e venda de petróleo.

“Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa o professor da UFRJ, cuja calma adiciona peso e gravidade à sua avaliação. (Leia a íntegra do artigo)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

EFEITO COLATERAL DE UMA POLÍTICA DE CONCHAVOS



Professora Leila Angélica - Estância/SE

Leila Angélica Oliveira Moraes de Andrade



Eis que chegamos a mais um fim de processo eleitoral. Nossa política eleitoreira teve seu desfecho em meio a cassações, improbidades, acordos, desacordos, promessas e absolvições.



Nosso cenário político nunca foi tão tumultuado como nos últimos meses. As definições das candidaturas influenciaram decisivamente o quadro da política sergipana e nacional.



Ex-deputados, atuais deputados, vereadores, lideranças populares e novos personagens disputaram cada eleitor em nosso pequeno Estado, com força de apoios e acordos partidários, além de coligações inimagináveis (em outros tempos), mas haviam militantes empenhados pelos verdadeiros ideais de luta em benefício de uma sociedade acima de interesses pessoais.

Quando se definiram as chapas a governo logo se evidenciaram as miscelâneas partidárias e os duros entraves aos militantes fiéis a ideologia política a qual se filiaram e que não condiz com os tais acordos.

O povo sergipano ainda não se deu conta da orfandade com que se presenteou no último pleito. Deixou um ícone do Trabalho e da Honestidade fora da casa legislativa federal. A ausência desse baluarte da política sergipana em nossa Câmara se evidenciará quando os trabalhadores e demais seguimentos perceberem que verbas não são destinadas, planos de cargos e salários são desrespeitados, há escassez de novas políticas públicas voltadas aos trabalhadores seja de qual área for. Perdemos um “deputado federal dos professores, da educação, da cultura, dos trabalhadores da cidade e do campo, dos aposentados, dos servidores públicos, dos jovens, dos idosos e das mulheres; do meio ambiente, dos direitos humanos e de tantas outras frentes de ação e luta.”

Adjetivar a um símbolo da luta em nosso Estado é chover no molhado, afinal, abrir mão de aposentadoria parlamentar não é para todos, apenas poucos se reconhecem como trabalhadores em sua categoria de base. O desconhecimento do povo dos projetos parlamentares, a despolitização e, principalmente, a força do dinheiro nos tornaram órfãos de representante desse nível.

Porém, não adianta lamentar. Resta torcer para que os que compõem a nossa Câmara Federal desenvolvam trabalhos dignos e de bons resultados ao povo. Que não prevaleçam conchavos e acordos que denigram a política sergipana e como conseqüência amarrotem a imagem deixada por um líder atuante, consagrado nacionalmente pelas suas ações, porém sem reconhecimento nas urnas do nosso estado.

Boletim Informativo do Mandato Popular do Deputado Iran Barbosa (PT/SE)
Sergipe, 7 de outubro de 2010 - número 106

CARTA ABERTA AO POVO SERGIPANO

Companheir@,

Muito Obrigado!

Eis a primeira expressão que me vem à mente ao redigir este texto.

Nunca, nem nos sonhos mais remotos e secretos da minha juventude, pensei ser tão reconhecido e respeitado pelos meus iguais. Muito Obrigado!

Nesta mensagem não há espaço para o sentimento de derrota, porque, mesmo sem termos alcançado a vitória eleitoral, provamos que é possível “combater o bom combate” sem descermos à vala comum.

É verdade que não conseguimos a reeleição, mas conquistamos um reconhecimento quase que unânime no Estado de Sergipe: o nosso mandato cumpriu dignamente o seu papel! Somos bem avaliados, respeitados e nem a direita consegue tirar o mérito da nossa atuação.

Mais do que isso: crescemos eleitoralmente, ampliamos a nossa força...

Em todos os municípios sergipanos há adeptos do nosso projeto. Tivemos votos nas 75 cidades do nosso Estado. Em 61 dessas 75 cidades, a nossa votação cresceu em relação à eleição de 2006.

No total, crescemos em aceitação popular mais de 10%, se compararmos a quantidade de votos que obtivemos nesta eleição e no pleito de 2006.

Em Aracaju, fui o deputado federal do PT mais votado!

Temos que refletir e compreender a razão de termos crescido eleitoralmente, ampliado a nossa aceitação e não termos sido eleitos. Talvez os dados já tabulados em relação ao perfil da nova Câmara Federal ajudem-nos a compreender essa realidade.

A Câmara Federal que foi eleita para tomar posse em 2011 terá mais de um terço de seus integrantes na condição de milionários e mais da metade dos eleitos declara a política como profissão. Nela há uma pequena queda no nível de instrução dos eleitos e cresce a representação dos empresários.

Portanto, fica cada vez mais difícil o sucesso de candidatos com o perfil militante na disputa eleitoral para a Câmara Federal!

Porém, há mais pelo que comemorarmos neste processo eleitoral.

Reelegemos o governador Marcelo Deda no primeiro turno, sepultando de uma vez por todas o espectro do retorno da política do grupo que representa as forças mais conservadoras em Sergipe. Agora iremos trabalhar para que o nosso segundo governo seja, em tudo, melhor do que o primeiro.

Mantivemos o nosso espaço de luta e representação na Assembleia Legislativa, com a reeleição da nossa companheira, a guerreira Ana Lúcia.

Fizemos, como Partido, a maior bancada na Câmara Federal e conseguimos que a nossa tendência, a Articulação de Esquerda, ampliasse a sua representação dentro dessa bancada.

Temos, todavia, uma batalha ainda em curso dentro deste processo inacabado de eleição. Trata-se da disputa, em segundo turno, para a presidência da República.

É vital que elejamos Dilma Rousseff como presidenta do Brasil. Não porque ela seja mulher, embora isso seja simbólico em um País como o nosso. Mas porque ela representa a antítese do que seria implementado como política nacional, caso Serra fosse eleito.

Serra representa tudo contra o que eu e você lutamos a nossa vida inteira, especialmente na década de 90. Ele representa as políticas neoliberais; a submissão do Brasil aos ditames do capital internacional e de seus organismos; a precarização das relações de trabalho; o sucateamento do serviço público e a desvalorização dos seus servidores; a mercantilização do ensino e o sucateamento da Educação Pública; enfim, representa tudo o que de pior nós já experimentamos nas políticas nacionais.

Dilma é a possibilidade de continuarmos avançando em nosso País. Com ela, as conquistas sociais e políticas acumuladas no governo do presidente Lula terão prosseguimento. Por isso peço o seu voto para ela. É Dilma! É 13!!

Por fim, devo dizer que foi através das lutas do povo e do voto popular esclarecido que saí da sala de aula para representar a cidadania sergipana no Legislativo Nacional.

Posso olhar nos olhos de cada um dos meus companheiros de luta e dizer com o orgulho dos guerreiros: “Combati o bom Combate!”

Posso voltar à convivência cotidiana e normal com a minha família sem receio de ter ferido qualquer princípio de honestidade, seriedade e responsabilidade que aprendi a ter no meu berço familiar.

Permitam-me dizer que tenho dormido “o sono dos justos” e que a minha consciência está leve pelo sentimento de dever cumprido.

Fiz, durante o exercício do meu mandato, aquilo que disse ao povo sergipano que faria. Disputei a eleição com todas as armas que considero legítimas em um pleito eleitoral. Só delas me vali! Se elas não foram suficientes para a vitória, prefiro a derrota a ter que me corromper utilizando outras armas.

Vou concluir este meu mandato com a mesma desenvoltura, compromisso, seriedade e dignidade que iniciei. Honrarei cada voto até o fim!

Sinto que está se encerrando um ciclo, mas não está concluída a História! Há muitas batalhas para se travar, muitas lutas a enfrentar e muitos inimigos a derrotar. Em todas elas eu estarei presente e, o melhor de tudo, sei que não estarei só. Comigo sei que há um exército de homens e de mulheres que, como eu, sonham com um mundo melhor para todos. Comigo há um exército de “Companheiros de Luta”, há um exército de “Lutadores do Povo” e nada neste mundo poderá arrancar de mim a sensação de força que esta certeza me dá.

Há coisas que os meus, os nossos inimigos não enxergam e, por isso mesmo, não podem tirar de nós. Elas frutificam por dentro e extravasam entre nós. Continuarei alimentando todas elas!

A esta altura a emoção toma conta de mim e não tenho mais palavras minhas e me valho, ousadamente, de Olga Benário Prestes para dizer: “Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim.”

Muito obrigado e até breve!!!

Iran Barbosa

Boletim Informativo do Mandato Popular do Deputado Iran Barbosa (PT/SE)
Sergipe, 7 de outubro de 2010 - número 106

CARTA ABERTA AO POVO SERGIPANO

Companheir@,

Muito Obrigado!

Eis a primeira expressão que me vem à mente ao redigir este texto.

Nunca, nem nos sonhos mais remotos e secretos da minha juventude, pensei ser tão reconhecido e respeitado pelos meus iguais. Muito Obrigado!

Nesta mensagem não há espaço para o sentimento de derrota, porque, mesmo sem termos alcançado a vitória eleitoral, provamos que é possível “combater o bom combate” sem descermos à vala comum.

É verdade que não conseguimos a reeleição, mas conquistamos um reconhecimento quase que unânime no Estado de Sergipe: o nosso mandato cumpriu dignamente o seu papel! Somos bem avaliados, respeitados e nem a direita consegue tirar o mérito da nossa atuação.

Mais do que isso: crescemos eleitoralmente, ampliamos a nossa força...

Em todos os municípios sergipanos há adeptos do nosso projeto. Tivemos votos nas 75 cidades do nosso Estado. Em 61 dessas 75 cidades, a nossa votação cresceu em relação à eleição de 2006.

No total, crescemos em aceitação popular mais de 10%, se compararmos a quantidade de votos que obtivemos nesta eleição e no pleito de 2006.

Em Aracaju, fui o deputado federal do PT mais votado!

Temos que refletir e compreender a razão de termos crescido eleitoralmente, ampliado a nossa aceitação e não termos sido eleitos. Talvez os dados já tabulados em relação ao perfil da nova Câmara Federal ajudem-nos a compreender essa realidade.

A Câmara Federal que foi eleita para tomar posse em 2011 terá mais de um terço de seus integrantes na condição de milionários e mais da metade dos eleitos declara a política como profissão. Nela há uma pequena queda no nível de instrução dos eleitos e cresce a representação dos empresários.

Portanto, fica cada vez mais difícil o sucesso de candidatos com o perfil militante na disputa eleitoral para a Câmara Federal!

Porém, há mais pelo que comemorarmos neste processo eleitoral.

Reelegemos o governador Marcelo Deda no primeiro turno, sepultando de uma vez por todas o espectro do retorno da política do grupo que representa as forças mais conservadoras em Sergipe. Agora iremos trabalhar para que o nosso segundo governo seja, em tudo, melhor do que o primeiro.

Mantivemos o nosso espaço de luta e representação na Assembleia Legislativa, com a reeleição da nossa companheira, a guerreira Ana Lúcia.

Fizemos, como Partido, a maior bancada na Câmara Federal e conseguimos que a nossa tendência, a Articulação de Esquerda, ampliasse a sua representação dentro dessa bancada.

Temos, todavia, uma batalha ainda em curso dentro deste processo inacabado de eleição. Trata-se da disputa, em segundo turno, para a presidência da República.

É vital que elejamos Dilma Rousseff como presidenta do Brasil. Não porque ela seja mulher, embora isso seja simbólico em um País como o nosso. Mas porque ela representa a antítese do que seria implementado como política nacional, caso Serra fosse eleito.

Serra representa tudo contra o que eu e você lutamos a nossa vida inteira, especialmente na década de 90. Ele representa as políticas neoliberais; a submissão do Brasil aos ditames do capital internacional e de seus organismos; a precarização das relações de trabalho; o sucateamento do serviço público e a desvalorização dos seus servidores; a mercantilização do ensino e o sucateamento da Educação Pública; enfim, representa tudo o que de pior nós já experimentamos nas políticas nacionais.

Dilma é a possibilidade de continuarmos avançando em nosso País. Com ela, as conquistas sociais e políticas acumuladas no governo do presidente Lula terão prosseguimento. Por isso peço o seu voto para ela. É Dilma! É 13!!

Por fim, devo dizer que foi através das lutas do povo e do voto popular esclarecido que saí da sala de aula para representar a cidadania sergipana no Legislativo Nacional.

Posso olhar nos olhos de cada um dos meus companheiros de luta e dizer com o orgulho dos guerreiros: “Combati o bom Combate!”

Posso voltar à convivência cotidiana e normal com a minha família sem receio de ter ferido qualquer princípio de honestidade, seriedade e responsabilidade que aprendi a ter no meu berço familiar.

Permitam-me dizer que tenho dormido “o sono dos justos” e que a minha consciência está leve pelo sentimento de dever cumprido.

Fiz, durante o exercício do meu mandato, aquilo que disse ao povo sergipano que faria. Disputei a eleição com todas as armas que considero legítimas em um pleito eleitoral. Só delas me vali! Se elas não foram suficientes para a vitória, prefiro a derrota a ter que me corromper utilizando outras armas.

Vou concluir este meu mandato com a mesma desenvoltura, compromisso, seriedade e dignidade que iniciei. Honrarei cada voto até o fim!

Sinto que está se encerrando um ciclo, mas não está concluída a História! Há muitas batalhas para se travar, muitas lutas a enfrentar e muitos inimigos a derrotar. Em todas elas eu estarei presente e, o melhor de tudo, sei que não estarei só. Comigo sei que há um exército de homens e de mulheres que, como eu, sonham com um mundo melhor para todos. Comigo há um exército de “Companheiros de Luta”, há um exército de “Lutadores do Povo” e nada neste mundo poderá arrancar de mim a sensação de força que esta certeza me dá.

Há coisas que os meus, os nossos inimigos não enxergam e, por isso mesmo, não podem tirar de nós. Elas frutificam por dentro e extravasam entre nós. Continuarei alimentando todas elas!

A esta altura a emoção toma conta de mim e não tenho mais palavras minhas e me valho, ousadamente, de Olga Benário Prestes para dizer: “Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim.”

Muito obrigado e até breve!!!

Iran Barbosa